Forças especiais ucranianas realizam operação inédita em Kursk
A Ucrânia protagonizou um evento inédito no conflito com a Rússia: a captura de dois soldados norte-coreanos. O anúncio foi feito pelo presidente Volodymyr Zelensky no sábado, 11 de janeiro, revelando detalhes sobre a operação conduzida por forças especiais e paraquedistas ucranianos na região de Kursk.
Segundo informações da inteligência ucraniana (SBU), os soldados capturados eram jovens, nascidos em 2005 e 1999, e serviam nas forças armadas norte-coreanas desde 2021 e 2016, respectivamente. Eles foram transferidos para Kiev, onde estão sendo interrogados com o auxílio da agência de inteligência sul-coreana, já que não falam ucraniano, russo ou inglês.
As imagens divulgadas pelo SBU mostram um momento tenso: dois prisioneiros feridos recebendo atendimento médico. Um deles tinha um ferimento no maxilar, e o outro apresentava lesões na perna, ambas sendo tratadas de acordo com o direito internacional, segundo o governo ucraniano.
A participação norte-coreana no conflito começou em outubro, quando cerca de 12 mil militares foram enviados à Rússia, inicialmente para tarefas logísticas, como cavar trincheiras e transportar suprimentos. Entretanto, nas últimas semanas, muitos foram enviados à linha de frente, enfrentando condições difíceis e falta de preparo.
Embora os governos da Rússia e da Coreia do Norte não tenham confirmado oficialmente essa colaboração militar, evidências como imagens de drones e relatórios de campo apontam para a atuação dessas tropas no conflito. Essa aliança pode ser entendida como parte de um pacto estratégico entre Kim Jong-un e Vladimir Putin.
O diário de um soldado norte-coreano neutralizado em combate oferece uma visão única sobre a mentalidade desses combatentes. Ele descreve táticas rudimentares, como atrair drones inimigos com iscas humanas, e momentos de companheirismo, como a celebração do aniversário de um colega.
A doutrina militar norte-coreana é fundamentada em uma intensa lealdade ao regime, com recrutas treinados para colocar o sistema político acima de suas próprias vidas. Essa ideologia, no entanto, colide com a realidade do campo de batalha, onde falta de treinamento e recursos resultam em operações arriscadas, como o uso de formações em "ondas humanas".
A presença de tropas norte-coreanas no conflito ucraniano simboliza as complexas alianças entre regimes autoritários e levanta questões éticas profundas. Para a Coreia do Norte, enviar soldados representa uma oportunidade de reforçar laços diplomáticos e econômicos com a Rússia. Já para a Rússia, esses combatentes são uma força adicional em um conflito que exige constante reposição de recursos humanos.
Entretanto, o uso desses soldados destaca o custo humano da guerra, expondo como ideologias e decisões políticas podem impactar vidas individuais em um contexto global.
Se você quer conferir mais detalhes dessa operação e entender melhor o papel dos soldados norte-coreanos nesse conflito, assista ao vídeo completo no canal Notícia Militar. Não perca!