Primeira Interceptação em Combate do Sistema THAAD pelos EUA Acontece em Israel

O sistema de defesa antimísseis THAAD (Terminal High Altitude Area Defense) do Exército dos Estados Unidos foi utilizado pela primeira vez em combate na quinta-feira, 26 de dezembro de 2024, em Israel. A ação ocorreu em resposta a um míssil balístico de médio alcance lançado pelos rebeldes Houthi, apoiados pelo Irã, no Iêmen. Segundo um oficial militar dos EUA, ainda não se sabe se o interceptador americano ou outro sistema de defesa israelense foi responsável por destruir o míssil.

Um vídeo divulgado online mostrou o momento do lançamento do interceptor THAAD, acompanhado por uma voz que mencionava "18 anos esperando por isso", uma referência ao tempo de desenvolvimento do sistema, iniciado nos anos 1990. A primeira bateria THAAD foi oficialmente montada pelo Exército americano em 2008. Veja o vídeo abaixo. 

O sistema THAAD e cerca de 100 soldados americanos foram enviados a Israel em outubro, como parte de um esforço para reforçar as defesas do país diante de uma possível retaliação iraniana. 

Confira abaixo dois vídeos do canal Notícia Militar, onde analisamos a importância do envio emergencial do sistema THAAD para Israel e discutimos a possibilidade de Israel solicitar um segundo sistema para fortalecer ainda mais sua defesa contra ameaças regionais.

Assista aos vídeos abaixo para entender mais sobre esses desdobramentos.

Nas últimas semanas, os rebeldes Houthi intensificaram os ataques contra Israel, lançando mísseis e drones em retaliação a operações militares israelenses no Iêmen. Na sexta-feira, o grupo afirmou ter atacado o Aeroporto Ben Gurion, em Israel, com um míssil balístico, além de lançar drones sobre Tel Aviv. 

As Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que o míssil foi interceptado antes de entrar no espaço aéreo israelense, mas moradores da região central do país foram orientados a buscar abrigo.

O THAAD é um sistema avançado de defesa antimísseis projetado para interceptar mísseis balísticos de curto, médio e intermediário alcance em seu estágio final de voo. Cada bateria pode incluir até nove lançadores, interceptores, um radar de longo alcance e um centro de comando e controle. A unidade em Israel se junta a outros sistemas de defesa já em uso no país, como o David’s Sling e o sistema Arrow 3.

Além de Israel, os EUA mantêm baterias THAAD em Guam e na Coreia do Sul, como parte de esforços para proteger aliados e interesses estratégicos. Em 2022, uma bateria THAAD dos Emirados Árabes Unidos interceptou com sucesso um míssil balístico Houthi que visava uma instalação petrolífera próxima à Base Aérea de Al Dhafra.

O uso do THAAD em combate reforça a crescente demanda por sistemas de defesa aérea avançados, especialmente no Oriente Médio, Europa e Pacífico, onde as tensões militares aumentaram nos últimos anos. Essa pressão tem sobrecarregado as unidades de defesa aérea do Exército americano. 

Para aliviar esse estresse, esforços estão sendo feitos para modernizar e expandir as capacidades de defesa. Isso inclui a integração de novos sensores, como o LTAMDS (Lower Tier Air and Missile Defense Sensor), com sistemas como o IBCS (Integrated Battle Command System). Essa modernização visa melhorar a detecção de ameaças e a eficiência das respostas defensivas.

Ainda assim, além da tecnologia, mais baterias e pessoal treinado são fundamentais para lidar com a crescente demanda por defesa antimísseis em cenários globais.

O uso do sistema THAAD em Israel marca um momento histórico na defesa aérea americana e destaca a importância de tecnologias avançadas em conflitos modernos. Ao mesmo tempo, ressalta os desafios logísticos e operacionais enfrentados pelas forças armadas para manter defesas eficazes em diferentes partes do mundo.