Houthi do Iêmen utilizam tecnologia soviética da Guerra Fria para abater drones avançados dos Estados Unidos e intensificar o conflito na região.
As forças Houthi, grupo rebelde no Iêmen, afirmaram ter derrubado mais um drone militar MQ-9 Reaper, utilizado pelos Estados Unidos. O incidente aconteceu no dia 28 de dezembro e foi registrado como o 13º drone abatido pelos Houthis desde o início de outubro. Esse acontecimento reflete os desafios crescentes enfrentados pelos EUA em operações aéreas na região.
Os Houthis divulgaram um vídeo mostrando o momento do ataque. As imagens revelam que eles usaram um míssil do sistema soviético 2K12 Kub, projetado originalmente na época da Guerra Fria, para atingir o drone. Essa tecnologia, apesar de antiga, se mostrou eficaz quando utilizada por operadores experientes.
Veja o vídeo abaixo:
As imagens divulgadas pelos Houthis mostram o momento exato em que o míssil atinge o drone americano MQ-9 Reaper.
Nos últimos meses, os Houthis têm demonstrado grande habilidade em adaptar armamentos da Guerra Fria às necessidades da guerra moderna. Isso inclui não apenas o sistema Kub, mas também outras armas que desafiam até mesmo tecnologias avançadas, como as empregadas pelo MQ-9 Reaper. Esse drone, conhecido por sua capacidade de realizar vigilância e ataques precisos, é um dos principais recursos das operações militares dos EUA no Iêmen.
Veja o vídeo abaixo:
No vídeo publicado pelo canal Notícia Militar em 29 de maio de 2024, analisamos a captura do sexto drone MQ-9 Reaper pelos Houthis do Iêmen, sendo o terceiro naquele mês.
Os drones MQ-9 Reaper são equipados com tecnologia de ponta para vigilância e ataque. Eles podem voar por até 27 horas, alcançando altitudes de 50.000 pés. Além disso, carregam armamentos sofisticados, como mísseis Hellfire e bombas guiadas a laser. Apesar dessas capacidades, os Houthis têm conseguido abatê-los usando sistemas mais antigos, mostrando a complexidade e os desafios da guerra assimétrica.
O incidente ocorre em um momento de tensão crescente no Mar Vermelho, onde os Estados Unidos intensificaram operações para proteger rotas comerciais estratégicas, como o Estreito de Bab el-Mandeb. Este é um ponto vital para o comércio global e o transporte de energia, mas os constantes ataques dos Houthis a navios mercantes têm causado sérias interrupções. Essas ações forçam muitas embarcações a desviar suas rotas pela costa da África, contornando o Cabo da Boa Esperança, como mostrado na imagem abaixo. Esse desvio aumenta significativamente o tempo de viagem e os custos de transporte, impactando o comércio internacional e as cadeias de suprimento globais.
Em outubro de 2024, os Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra alvos dos Houthis no Iêmen, utilizando bombardeiros furtivos B-2 Spirit. Essas aeronaves atacaram cinco instalações subterrâneas de armazenamento de armas controladas pelos Houthis, visando enfraquecer a capacidade do grupo de ameaçar o fluxo de comércio no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.
Veja o vídeo abaixo:
No canal Notícia Militar no YouTube, em 17 de outubro de 2024, analisamos como o bombardeiro furtivo B-2 Spirit foi utilizado em uma missão crucial no Iêmen. Descubra no vídeo como essa operação enviou uma mensagem clara e estratégica, envolvendo a neutralização de ameaças em locais subterrâneos, e entenda o impacto global dessa ação.
Além dos drones abatidos, os Houthis reivindicaram recentemente a responsabilidade pela queda de um caça F/A-18 Super Hornet dos EUA, embora o Pentágono tenha atribuído o incidente a um erro interno. Esses episódios reforçam a capacidade crescente dos Houthis em desafiar as forças americanas.
Para responder à ameaça, os EUA têm reforçado sua presença militar na região, empregando destróieres e outros recursos navais, além de realizar ataques aéreos contra alvos estratégicos dos Houthis. Contudo, a capacidade do grupo rebelde de utilizar drones, mísseis e minas marítimas segue representando uma ameaça significativa.
Apesar das perdas, o MQ-9 Reaper continua sendo uma peça central nas operações americanas. Além de vigilância e ataques, o drone desempenha um papel crucial na proteção do tráfego marítimo e no monitoramento de ameaças Houthi na região. Sua versatilidade garante que ele permaneça relevante, mesmo diante de desafios impostos por adversários bem adaptados.
A situação no Iêmen reflete as complexidades da guerra moderna. De um lado, há a tecnologia avançada dos EUA; do outro, estratégias criativas que reaproveitam equipamentos antigos para enfrentar essas inovações. O conflito no Mar Vermelho é um exemplo claro de como a guerra assimétrica pode moldar os cenários geopolíticos e militares atuais.
É importante notar que, embora os Houthis reivindiquem essas ações, nem todas foram confirmadas de forma independente. As autoridades dos EUA reconhecem a perda de alguns drones, mas não divulgam números específicos.